1 - 2 O Senhor vai da Galiléia através do Jordão para a Judéia
1 E aconteceu que, concluindo Jesus esses discursos, saiu da Galiléia e dirigiu-se aos confins da Judéia, além do Jordão. 2 E seguiram-no muitas gentes e curou-as ali.
Neste capítulo é dito mais sobre o espírito apropriado ao reino dos céus. O Senhor nos apresenta esse espírito de humildade em três encontros. Esses três encontros tratam dos dons de Deus e daquilo que domina a natureza humana: o casamento, os filhos e o caráter de um jovem. No caso do jovem, o estado do coração humano também se torna evidente. O que Deus deu na velha ou primeira criação foi completamente corrompido pelo pecado do homem, mas ainda permanece válido no reino dos céus. Mas o Senhor descreve como essas coisas devem funcionar ali de acordo com a vontade de Deus.
Em primeiro lugar, o Senhor termina “estes discursos”, ou seja, as palavras sobre perdão, palavras de vida eterna. Ele falou e terminou, mas seu valor permanece e é eterno. Eles também devem ser praticados em nossa vida presente. São palavras de bênção, mas também palavras de advertência.
Isso também encerra seu serviço na Galiléia (sua terceira viagem nesta área). Ele cruza o Jordão, uma figura de sua morte e ressurreição, e chega à região da Judéia. Lá, também, muitas multidões o seguem, e ele revela sua graça a todos os que necessitam.
3 - 9 Casamento, uma unidade inseparável
3 Então, chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea 5 e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? 6 Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. 7 Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? 8 Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio, não foi assim. 9 Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
Enquanto o Senhor opera em graça, os fariseus tentam prová-lo para poder acusá-lo. Eles desejam eliminá-lo – a todo custo. Quão endurecido está o coração deles! Então, eles vêm ao Senhor com uma pergunta sobre o divórcio. Sua intenção é clara: eles armam uma cilada para o Senhor. No entanto, essa cilada falha completamente porque eles ousam se medir com a sabedoria divina. O Senhor os direciona diretamente à Palavra de Deus. Eles não leram como Deus planejou isso no início? A Escritura responde a todas as perguntas, incluindo as de incredulidade. Portanto, com cada problema que nos é apresentado, devemos também perguntar: O que dizem as Escrituras? Como sempre, o Senhor é o exemplo perfeito aqui também.
O Senhor não espera uma resposta dos fariseus agora. Ele não os deixa abrir a palavra também; Ele também não espera pela memória deles, para recitar a passagem, mas Ele mesmo cita a Palavra de Deus, e o faz completamente. Ao mesmo tempo, como intérprete perfeito, dá a explicação incontestável desse verso por ele citado, bem como uma conclusão estabelecida daí resultante. Não há dúvida de que o casamento une duas pessoas numa unidade. Foi assim que Deus providenciou, essa é a interpretação clara. E daí a conclusão igualmente clara: o homem nunca deve intencionar separar a unidade formada por Deus! Deus odeia o divórcio (Mal 2:16).
Os fariseus não cedem. Quase parece que esperavam a resposta do Senhor. E agora, eles pensam, ele caiu na cilada. Eles se referem triunfantemente a Moisés – e quem ousaria contradizer Moisés? Moisés ordenou que a esposa recebesse uma carta de divórcio e então ela seria dispensada! Não é possível, então, repudiá-la? Complacentemente, eles se colocam diante do Senhor com os braços cruzados: Eles agora foram vitoriosos! Mas eles estão tratando aqui com sabedoria divina, que conhece a dureza do coração humano. Em vista dessa dureza, Moisés havia “permitido” (isto não é, de forma alguma “ordenado”, como eles queriam sugerir) repudiar suas esposas. Então, o Senhor aponta para o início. O que Deus estabeleceu no início, nunca será desfeito pelas ações pecaminosas do homem.
Portanto, o Senhor fala sobre “permissão” e não de um “mandamento” como os fariseus diziam. Moisés havia dado apenas uma concessão. A lei era boa em si mesma, mas não podia transmitir bondade. Era perfeito para o propósito com o qual a lei foi feita, mas não podia produzir perfeição por si só. A dureza do coração humano tornou-se evidente por meio da lei. O homem casado também mostra essa dureza, e somente em vista disso Moisés permitiu que um homem repudiasse sua esposa. Mas, neste caso, ele teve que dar a ela uma carta de divórcio declarando o motivo do repúdio.
O Senhor continua seu ensino sobre o divórcio com as palavras “Eu vos digo”, que ecoam sua autoridade divina. Divórcio ou repúdio é sempre uma coisa ruim. Engana-se quem pensa que pode livrar-se do vínculo matrimonial indissolúvel e também pensa que é livre para estabelecer esse vínculo indissolúvel com outra pessoa. Ele comete adultério. O mesmo se aplica se alguém se casar com uma mulher repudiada, porque ela ainda está indissoluvelmente ligada ao marido.
A única exceção, a “fornicação” diz respeito ao caso em que alguém está noivo e a noiva teve comunhão com outro homem. Essa foi a reflexão de José quando percebeu que Maria estava grávida (Mat 1:18-19). Nesse caso, se o casamento oficial ainda não tivesse ocorrido, o repúdio teria sido permitido. Por isso Deus não se ressente com José por esta consideração, mas o deixa saber o que realmente aconteceu; e assim José não a rejeitou.
10 - 12 Os solteiros
10 Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. 11 Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. 12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isso, que o receba.
Toda vez, pode-se ver o quanto os discípulos ainda estão sob a influência do pensamento de acordo com os padrões da lei. Eles acham que as palavras do Senhor são bastante radicais. Se o casamento é um negócio tão obrigatório e restritivo, é melhor não casar – essa é a opinião deles. Deve haver um pouco de liberdade para encerrar a questão, se realmente não der mais certo. É assim que os discípulos pensam e é assim que muitos cristãos pensam hoje, até mesmo cristãos “fiéis à Bíblia”. Eles não dirão isso, mas a cláusula de exceção é um alívio para eles, da exigência muito alta da inviolabilidade do casamento.
Também é realmente uma palavra que não é fácil de entender. Nem todo mundo pode entender. Somente aqueles que já lidaram com isso entendem o que o Senhor quer dizer. O Senhor apresenta três situações em que uma pessoa não se casa. Alguém pode ser inadequado para se casar desde o nascimento; por ex., devido a uma deficiência física ou mental. Alguém também pode ser impedido por homens, por ex., castrado ou esterilizado. E um terceiro grupo permanece solteiro por escolher servir ao Senhor de forma mais exclusiva.
13 - 15 O Senhor abençoa as crianças
13 Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. 14 Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus. 15 E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.
Após os ensinamentos do Senhor sobre o casamento, os filhos são levados a Ele para abençoá-los. Casamento e filhos pertencem um ao outro. As crianças são uma bênção. Agora elas são trazidas a Ele para que Ele possa impor as mãos sobre elas e orar. As mães o procuraram porque viram nele o grande amigo de crianças que ele realmente é. Mas os discípulos não têm os mesmos sentimentos para com as crianças como o Senhor. Eles repreendem as mães como se estivessem fazendo algo errado ou mesmo ruim.
Quão distantes estão os discípulos do coração do Senhor! Eles acham que têm coisas mais importantes a fazer e vêem as crianças como um elemento perturbador em sua importante obra para o Senhor. Ao fazer isso, eles revelam o espírito do mundo ao querer mandar os filhos embora como seres sem importância. Portanto, eles ainda não entenderam a lição do Senhor no capítulo 18 (Mat 18:1). Também hoje os casais cristãos pensam que os filhos são um obstáculo para servir ao Senhor e tomam medidas anticoncepcionais para evitar ter filhos. Ao rejeitar a bênção da criança, no entanto, eles estão inconscientemente (como supomos) agindo contra o Espírito de Cristo.
O Senhor corrige os discípulos por isso. Mais uma vez, Ele enfatiza a importância das crianças, pois são elas que estarão no reino dos céus, onde Ele governa. Na seção anterior, vimos os fariseus guiados pela maldade e pelo ódio. Aqui agora vemos os discípulos; eles foram guiados pela ignorância e interesses pessoais.
O Senhor abençoa as crianças. Certamente elas não devem ter-se conscientizado disso, mas o quanto sua vida terá sido afetada por essa bênção! A eternidade o tornará evidente.
16 - 22 Pergunta sobre a vida eterna
16 E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna? 17 E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. 18 Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; 19 honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. 20 Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? 21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me. 22 E o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
No terceiro incidente deste capítulo, vemos um jovem sincero. Um caráter justo é algo que podemos apreciar como um bom presente de Deus, mesmo que esse jovem seja naturalmente um pecador. O jovem se dirige ao Senhor com uma pergunta, a quem se dirige como “mestre” porque vê nEle alguém de quem espera aprender alguma coisa. Mas embora ele perceba que o Senhor está acima dele, ele apenas o vê como homem. Se Ele nada mais é do que um mestre, o jovem está subestimando o Senhor. O Senhor, portanto, não fica lisonjeado com este tratamento! Ele recusa o tratamento e diz para ele que apenas um é bom, a saber, Deus – e esse é Ele mesmo.
A pergunta do jovem mostra que ele acha que pode ganhar a vida eterna fazendo algo. Para ele, a vida eterna é o que é dito no Antigo Testamento: vida na terra para sempre (Slm 133:3; Dan 12:2). Ele precisa aprender, no entanto, que isso só é possível por meio da fé. O Senhor lhe dá a resposta apropriada, Ele o encaminha para os mandamentos do Antigo Testamento. Depois disso, a vida eterna pode de fato ser conquistada ao se guardar os mandamentos. O resumo da lei diz: Faça isso e você viverá (Lev 18:5; Luc 10:25-28). Se o jovem fizesse isso, ele entraria na vida eterna, ou seja, entraria na esfera onde se pode desfrutar a vida eterna.
O jovem pergunta quais mandamentos ele deve guardar. Ele mostra que não entende a lei corretamente porque pensa que existem mandamentos importantes e menos importantes. Mas Tiago diz que quem transgride um mandamento é culpado de todos os mandamentos (Tia 2:10). Para ir ao encontro do jovem, o Senhor enumera alguns mandamentos. Ao fazer isso, Ele nomeia precisamente os mandamentos que uma pessoa pode guardar por natureza, a saber, aqueles que se relacionam com o relacionamento com o próximo. Embora a caridade deva realmente ser uma questão de coração, ela ainda pode ser observada na prática sem que o interior esteja envolvido.
O rapaz responde sinceramente que guardou todos os mandamentos dados pelo Senhor. Parece que ele não se mostrou melhor do que era, pois o Senhor não nega que o jovem guardou essas coisas. Mesmo assim, o jovem pergunta o que ainda lhe falta. A guarda desses mandamentos provavelmente ainda não deu a ele o que ele realmente está procurando.
O Senhor não responde a isso com outro mandamento da lei, mas com um teste que deixa claro que ele não pode guardar a lei de forma alguma. Relaciona-se com o mandamento: Não cobiçarás. Esse teste, usado pelo Senhor, revelaria o que o jovem realmente sente em seu coração pelo próximo. Este teste se relaciona às posses do jovem.
O Senhor pede que ele venda todos os seus bens, mas não para ficar com o lucro, mas para dar aos pobres. Então, seu relacionamento com os pobres, seu amor pelo próximo, seria exatamente como Deus pretendia que fossem. A questão é se o jovem deseja a vida eterna a qualquer preço e também aceita a sucessão de um Senhor rejeitado. O Senhor promete algo grande em troca. Ele pede para desistir de tudo, mas dá uma quantia incrível em troca. Se o jovem fizesse o que o Senhor lhe disse para fazer, ele obteria ainda mais do que a vida eterna na terra, ou seja, um tesouro no céu. Quanto à terra, porém, o Senhor o convida a vir a ele e segui-lo.
A condição mencionada pelo Senhor revela agora o estado no coração do jovem. A palavra do Senhor o entristece e mostra o quanto seu coração está preso em suas posses. Uma pessoa rica pode ser honesta, mas ainda assim estar apegada às coisas desta terra. Este jovem também decide por sua riqueza e, portanto, contra o Senhor. Então agora ele se afasta do Senhor depois de descobrir o egoísmo em seu coração. Seu pedido com o qual ele veio ao Senhor era apenas para fazer algo especial, grande, a serviço de seus próprios interesses. Qualquer coisa que esse jovem possua naturalmente torna-se um motivo para não seguir o Senhor. Sua riqueza é mais importante para ele do que o Senhor.
23 - 26 Com Deus tudo é possível
23 Disse, então, Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos céus. 24 E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus. 25 Os seus discípulos, ouvindo isso, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá, pois, salvar-se? 26 E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.
Agora que o jovem se foi, o Senhor se dirige a seus discípulos e fala sobre as riquezas terrenas. Ele explica a eles que grandes posses são um obstáculo para muitos ricos entrarem no reino dos céus porque é muito difícil para eles se distanciarem das riquezas. Com uma comparação, o Senhor quer deixar este grande problema claro para seus discípulos. Essa comparação mostra que não é apenas muito difícil, mas na verdade impossível por natureza.
Quando os discípulos ouvem isso, eles ficam muito consternados. Para eles, significa que ninguém pode ser salvo. Para eles, a riqueza sempre foi um sinal de que alguém vivia de acordo com a lei de Deus, porque sua riqueza provava que o favor de Deus estava sobre ele. No judaísmo, a riqueza sempre foi uma prova da bênção divina. Portanto, os discípulos não entendem as implicações das palavras do Senhor e não conseguem esconder seu espanto. Repetidamente neste capítulo, sua dificuldade é expressa nas palavras do Senhor (versos 10,13,25). Essa dificuldade surge do fato de que, o Senhor coloca a visão judaica dos discípulos sobre o casamento, sobre os filhos e agora sobre a riqueza sob uma luz completamente nova, ou seja, à luz do reino, mas cujo rei é rejeitado.
O Senhor não responde a sua pergunta sobre quem pode ser salvo dizendo que é difícil para aos homens serem salvos, mas que é até impossível para os homens obterem sua própria salvação. No entanto, sua situação não é desesperadora, porque para Deus é muito possível. Para fazer isso, no entanto, uma obra de Deus deve ocorrer. O homem só pode revelar sua constituição natural e não pode mudar nada nela, assim como um etíope não pode mudar o fato de ser negro ou o leopardo ser manchado (Jer 13:23). É sua natureza. Mas Deus é poderoso para realizar essa mudança.
27 - 30 A parte dos discípulos
27 Então, Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que receberemos? 28 E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. 29 E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna. 30 Porém muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros.
Com a história do jovem, Pedro lembra que eles tinham deixado tudo e seguido o Senhor. Agora ele gostaria de saber que recompensa eles receberão por isso e pergunta ao Senhor a respeito. O Senhor garante a Seus discípulos que sua determinação de segui-Lo será ricamente recompensada. No momento, eles só veem rejeição em todos os lugares, mas logo o Senhor governará e então eles também poderão governar com Ele. Esse é o significado do trono e dos doze tronos. Este é o trono de sua glória que será estabelecido na terra na glória de seu reino de paz. Então sua glória cobrirá toda a terra como as águas cobrem o fundo dos oceanos (Isa 11:9).
Os tronos nos quais eles se sentarão indicam seu governo ou administração sobre Israel. Eles então distribuirão as bênçãos do Senhor sobre Israel. O Senhor chama o tempo de seu reinado e co-governo “a regeneração”. Isso significa o renascimento da terra. Quando a criação for libertada da maldição do pecado (Rom 8:19-21), então a terra será renovada, renascida (Slm 104:30).
Portanto, quem renuncia de qualquer coisa para seguir ao Senhor receberá de volta cem vezes mais. Não se trata de indenização, de reembolso de despesas, mas de abundância de riquezas como recompensa pelo pouco que aqui foi deixado. Os discípulos desfrutarão disso na esfera da vida eterna. Essa será a vida deles então; a vida que o jovem rico também desejava, mas para a qual voltou as costas porque não queria seguir a Cristo.
Com isso, o Senhor vincula a lição de que aqueles que reivindicam essas bênçãos com base em privilégios externos não receberão essas bênçãos por causa de sua atitude para com o Senhor. Pelo contrário, é dado àqueles que não têm direito a ele. Pela graça soberana, eles herdarão a bênção. O Senhor expande essa lição na parábola a seguir.