1 - 2 Entregue a Pilatos
1 E, chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo formavam juntamente conselho contra Jesus, para o matarem. 2 E, manietando-o, o levaram e o entregaram ao governador Pôncio Pilatos.
Durante toda a noite, o Senhor Jesus foi interrogado e ridicularizado pelos líderes religiosos dos judeus, aos quais Ele veio para libertar de seus pecados. Mas eles não o queriam. Além disso também foi traído por Judas, abandonado por seus discípulos e negado por Pedro. Quão solitário o Senhor tem estado em tudo o que veio sobre Ele! E que tratamento vergonhoso e humilhante ainda estava por vir! Mas ele sabia que havia alguém que não o abandonou. Mesmo assim, Ele sabia que se fosse pendurado na cruz, Deus acabaria por abandoná-lo também. Mas Ele aceitou este cálice e o esvaziaria até a última gota.
Os sumos sacerdotes e anciãos decidem cuidadosamente contra Jesus e resolvem matá-lo. Suas reflexões são o resultado de sua superestimação de si mesmo. O ego dos homens religiosos deve finalmente chegar à conclusão, de que o Senhor Jesus, o Filho de Deus, deve ser morto. Mas, como eles não têm permissão para cumprir a sentença de morte, eles entregam o Senhor Jesus ao governador Pôncio Pilatos. Eles provavelmente o teriam matado, mas temiam muito a reação do povo. Por isso, buscam o apoio da autoridade romana para que tudo pareça uma condenação legítima. Para o entregarem a Pilatos, eles colocaram algemas no Deus Todo-Poderoso, que sempre estivera entre eles para abençoar, e assim o conduziram para fora da casa do sumo sacerdote. O Senhor não resiste.
3 - 10 A morte de Judas
3 Então, Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, 4 dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. 5 E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar. 6 E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue. 7 E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros. 8 Por isso, foi chamado aquele campo, até ao dia de hoje, Campo de Sangue. 9 Então, se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram. 10 E deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que o Senhor determinou.
Judas também acompanhou esse “processo”. Quando ele agora vê que o Senhor está sendo condenado, ele quer se retirar do complô. Ele nada fez durante o interrogatório e o abuso. Talvez ele esperasse que o Senhor milagrosamente se livrasse de seus inimigos. Mas Judas estava totalmente cego para a pessoa do Senhor e a obra que Ele estava prestes a fazer. O dinheiro o dominou completamente. Todas as suas considerações, portanto, não poderiam produzir nada de útil. Mesmo sua confissão não é um arrependimento por sua má ação, mas apenas pelo curso dos acontecimentos, que ele não esperava.
Ele sabe que o Senhor é inocente. Sua consciência, enganada por Satanás, não o impede de atestar a inocência do Senhor. O endurecimento dos sumos sacerdotes e anciãos é possivelmente ainda pior do que o de Judas. Judas percebe que entregou sangue inocente, mas os líderes do povo são inescrupulosos, homens completamente insensíveis. Eles querem se livrar do Senhor, a qualquer que seja o sacrifício em dinheiro ou pessoas que isso possa lhes custar.
Após esta revelação da insensibilidade dos líderes, Judas mergulha em desespero total. O que parecia ter ganho com sua traição, ele agora joga de volta no templo como algo sem valor para ele. Então, completamente seduzido e oprimido pelo diabo, ele também se descontrola, vai embora e se enforca. Mas isso não dá a sua consciência atormentada qualquer redenção. Na eternidade ele será atormentado nas dores do inferno (Joã 17:2; Mat 18:8-9).
Então os sumos sacerdotes conseguiram a prata de volta em suas mãos. Nesta ocasião, sua hipocrisia é totalmente revelada: o dinheiro que eles próprios gastaram para a traição, eles agora consideram como preço de sangue. Isso também mostra como eles são cegos. Eles mesmos são a razão pela qual esse é preço de sangue! Assim eles se auto condenam. Então eles julgam e agora discutem o que fazer com esse dinheiro. Seu objetivo é livrar-se do Filho de Deus e manter suas mãos limpas. Como sempre, Deus está acima de tudo e usa o resultado de suas deliberações como um testemunho contra eles. Ao comprar o campo, eles criam um memorial permanente de seu próprio pecado e do sangue que derramaram. Com o assassinato do Filho de Deus, o mundo se tornou um campo de sangue.
O plano de comprar o campo do oleiro com as moedas de prata, também foi predito por Deus em Sua Palavra. A citação é de Zacarias 11 (Zac 11:12-13). O fato de que o texto diz “Jeremias” poderia ser uma inserção posterior; possivelmente apenas “o profeta” originalmente estava escrito lá.
11 - 14 O interrogatório de Pilatos
11 E foi Jesus apresentado ao governador, e o governador o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o dizes. 12 E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. 13 Disse-lhe, então, Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti? 14 E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o governador estava muito maravilhado.
Agora o Senhor Jesus está diante do governador, o representante do poder do estado romano, ao qual Israel está sujeito por causa de sua infidelidade. Que humilhação para ele ser questionado por este homem! Ele, o juiz de toda a terra, está sendo interrogado por uma autoridade corrupta! Pilatos pergunta se ele é o rei dos judeus. Essa é a questão crucial para ele, não se Ele é o Filho de Deus. Porque esta é novamente uma pergunta sobre sua pessoa, o Senhor responde (cf. Mat 26:63-64).
Enquanto o Senhor está diante de Pilatos, os principais sacerdotes e os anciãos fazem o possível para convencê-lo da culpa do Senhor Jesus. Eles buscam incansavelmente fazer avançar o julgamento do Senhor, não apenas para a prisão, mas para a pena de morte. O Senhor não responde a essas acusações de forma alguma. Pilatos acha estranho que o Senhor não reaja a tudo o que é levantado contra ele. Ele não é surdo, não é? Mas mesmo o próprio Pilatos não obteve uma resposta do Senhor, como se Ele fosse surdo. Pilatos nunca teve um prisioneiro assim diante de si. Ele está muito surpreso com a atitude do Senhor.
15 - 21 A escolha: Jesus ou Barrabás
15 Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. 16 E tinham, então, um preso bem conhecido, chamado Barrabás. 17 Portanto, estando eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás ou Jesus, chamado Cristo? 18 Porque sabia que por inveja o haviam entregado. 19 E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele. 20 Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram à multidão que pedisse Barrabás e matasse Jesus. 21 E, respondendo o governador, disse-lhes: Qual desses dois quereis vós que eu solte? E eles disseram: Barrabás.
O governador busca uma maneira de libertar o Senhor. Então ele se lembra de seu hábito de libertar um prisioneiro da escolha do povo por ocasião de uma festa. Com a Páscoa iminente, como um bom político, ele pode usar esse hábito para libertar o Senhor. O homem natural usa tais desculpas para não ter que decidir por si mesmo, mas para transferir a responsabilidade para os outros.
No exercício de sua soberania legal, Pilatos falha completamente. Mas Deus usa o costume de Pilatos, para tornar a vontade absoluta do povo, de rejeitar o Senhor Jesus, ainda mais clara. O injusto detentor do poder estatal é impotente contra o mal porque só pensa em si mesmo.
Ironicamente, Pilatos tinha Barrabás em mente como um candidato contra o Senhor. A ironia está no significado de seu nome, pois Barrabás significa “filho do pai”. Mas seu pai era o diabo (cf. Joã 8:44). Este “filho do pai” agora é contrastado com o verdadeiro Filho do Pai. Com esta apresentação de Barrabás, Pilatos pensa que fez uma jogada acertada, porque sabe que Barrabás é um terrível criminoso aos olhos dos judeus. Certamente eles prefeririam que ele libertasse Jesus! Ele acha essa conclusão correta porque sabe que o Senhor foi trazido por inveja. Ele não tem ideia do ódio profundo contra o Senhor, como também da corrupção de seu próprio coração.
A fim de dar autoridade à sua proposta, ele agora toma assento na cadeira de juiz. Que teatro! Este homem, fantoche do povo e servo de Roma, é o representante do poder oficial do Estado e deve agir de acordo com a lei! Ele está convencido que o Senhor Jesus é inocente, mas se recusa a expressar isso claramente. Ele até recebe um aviso de sua esposa. Isso permite que ela envie a mensagem que o Senhor lhe deu em um sonho. Ela o chama de “este justo”, por quem ela sofreu muito em sonho. Somente o Espírito de Deus pode ter feito isso. Ela obedece a esta mensagem e quer impedir o marido de cometer a maior injustiça da história. Com isso, ela foi uma ajudadora perfeita para o marido.
Pilatos, no entanto, não será mais convencido por esta advertência de sua esposa; nem mesmo seus esforços para libertar o Senhor mostram qualquer resultado. Assim, ele se curva diante da iniqüidade ilimitada e do desejo de assassinar, dos sumos sacerdotes e anciãos. Estes manipulam as multidões para escolherem Barrabás e ao mesmo tempo os incitam a exigir a morte do Senhor.
Em sua fraqueza, Pilatos lhes oferece nova escolha, mas não há mais ponderação entre o povo. A escolha foi feita. Não importa quem é libertado – se apenas Jesus for morto.
22 - 26 A sentença de morte
22 Disse-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja crucificado! 23 O governador, porém, disse: Mas que mal fez ele? E eles mais clamavam, dizendo: Seja crucificado! 24 Então, Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo; considerai isso. 25 E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos. 26 Então, soltou-lhes Barrabás e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.
Depois que a escolha do povo se mostrou irreversível, Pilatos pergunta o que fazer com Jesus. Qual juiz alguma vez perguntou ao povo o que fazer com um preso? Mas isso aconteceu com o Senhor Jesus. Ele não foi poupado de injustiça, nem de humilhação. E Ele se cala diante de todo esse espetáculo, esse processo simulado. Mais uma vez, Pilatos tenta trazê-los à razão, perguntando que tipo de mal Jesus havia feito. Mas as massas não estão mais acessíveis à razão. Eles querem ver sangue, o sangue Dele.
Pilatos agora percebe que deve parar todos os esforços para libertar o Senhor. Sua principal preocupação é manter o povo calmo. Se houvesse um levante, ele teria problemas com seu superior em Roma. E ele quer evitar isso a todo custo, mesmo que o direito deva ser sacrificado ou a verdade ou Aquele que é a própria verdade. Mas ele também busca a absolvição para si mesmo. Por isso ele toma água para lavar as mãos nela – como um sinal de que ele tem as mãos limpas e é inocente do sangue daquele a quem ele, como sua esposa antes, chamara de “este Justo”. Como se a água natural pudesse tirar o pecado incomensurável que ele cometeu por puro egoísmo! Que tolo! Ele acredita que pode transferir sua própria responsabilidade de si mesmo sobre o povo simplesmente dizendo: “Considerai isso!” Sua culpa é eterna.
Mas o povo também é cem por cento culpado. Ele expressa essas palavras, que se tornaram realidade cruelmente nos séculos seguintes, e que se tornarão realidade da maneira mais horrível na grande tribulação que virá sobre o povo.
Pilatos lavou as mãos, mas isso não muda o fato de que suas mãos estão atadas à vontade do povo. Suas mãos estão e continuarão sujas de sangue. Por um lado, ele liberta o assassino Barrabás. Por outro lado, ele açoita o Senhor. Mesmo que seus soldados realizem a ação, ele ainda é responsável por isso. Ele também é responsável por garantir que o Senhor seja crucificado.
27 - 31 Escarnecendo
27 E logo os soldados do governador, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto dele toda a coorte. 28 E, despindo-o, o cobriram com uma capa escarlate. 29 E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, em sua mão direita, uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus! 30 E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana e batiam-lhe com ela na cabeça. 31 E, depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser crucificado.
Os soldados do governador, sobre os quais Pilatos estava no comando, agora levam o Senhor com eles para o Pretório, a residência oficial de Pilatos. Lá eles agora chamam todos os seus camaradas “contra ele”. Antes que o Senhor seja crucificado, Ele deve se tornar o alvo do ridículo de toda uma coorte. Tudo o que constitui sua dignidade humana lhe é tirado. Certamente, não o despiram com cuidado. Em seguida, eles o vestem como um rei, colocando um manto escarlate sobre ele.
Para escarnecer ainda mais de sua confissão de que Ele é um Rei, eles teceram uma coroa de espinhos e colocam em sua cabeça. Ele não é poupado de humilhação. Os espinhos são o resultado da entrada do pecado no mundo (Gên 3:18). Colocando uma coroa de espinhos, eles O declaram, por assim dizer, como a causa do pecado ter vindo ao mundo. Eles também Lhe dão uma cana como cetro, que Ele segura em sua mão direita.
Agora eles caem de joelhos em escárnio e o cumprimentam como Rei dos Judeus. E realmente é! Um dia eles se ajoelharão diante dEle, não para escarnecer dEle, mas para confessá-lo em verdade como Senhor (Flp 2:10).
Seu desprezo não conhece limites. Eles cuspiram nele e cobriram seu rosto com um cuspe vergonhoso. Ele não desviou o rosto deles (Isa 50:6). Existe algo que expressa maior desprezo do que cuspir no rosto? A cana, que lhe deram como escárnio simbólico de seu governo, agora tiram dele para bater-lhe na cabeça com uma coroa de espinhos. Essa cana não era um pedaço de pau que se quebrava facilmente, mas sim um pedaço de pau resistente. Uma esponja podia ser colocada nela e erguida, e dada ao Senhor para beber (verso 48). Agora que sua ânsia de ridicularizar foi satisfeita, eles tiram suas roupas de escárnio e colocam suas próprias roupas novamente. Então eles O levam para crucificá-lo.
É comovente que o Senhor permaneça completamente em silêncio durante todo esse abuso e zombaria. Também não se fala de um olhar ameaçador. Isso não significa que o Senhor deixará tudo passar com uma calma estóica, como se fosse um destino inevitável. Ele sentiu profundamente todos os maus-tratos e cada escárnio, tanto física quanto mentalmente. Em alguns Salmos, Ele expressa profeticamente seus sentimentos sobre o que foi feito a Ele (por exemplo, Salmos 69; 102; 109). Ele era realmente completamente humano – também no sentido de que se entregou totalmente a Deus e foi fortalecido por Deus nos terríveis sofrimentos que os homens infligiram a Ele.
32 - 38 A crucificação
32 E, quando saíam, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem constrangeram a levar a sua cruz. 33 E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira, 34 deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber. 35 E, havendo- o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes. 36 E, assentados, o guardavam ali. 37 E, por cima da sua cabeça, puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. 38 E foram crucificados com ele dois salteadores, um, à direita, e outro, à esquerda.
Que o Senhor era verdadeiramente humano também é evidente pelo fato de que quase sucumbiu sob o peso da cruz a caminho do Gólgota. Sua força secou como um caco de barro (Slm 22:15). Ele está tão enfraquecido que sua força é quase insuficiente. Os soldados querem evitar o colapso e forçam Simão de Cirene a carregar a cruz após o Senhor Jesus – uma honra que ele dificilmente sentia como tal naquela hora.
Depois de percorrerem as ruas de Jerusalém e deixarem a cidade, foram com seu prisioneiro ao lugar chamado Gólgota, o lugar da execução. Por causa de seu formato e também por causa das inúmeras execuções que já ocorreram por lá, este lugar recebeu o nome de lugar da caveira, um nome terrível dado pelo povo para permitir que os malfeitores ali morressem uma morte cruel. Mas que bênção indescritível saiu deste lugar abominável por meio da morte do Salvador!
A morte na cruz é uma forma de execução que causa uma dor indescritível. Para aliviar um pouco o sofrimento, os malfeitores receberam para beber uma mistura de vinagre e fel. O Senhor Jesus também recebeu isso, mas depois de experimentar, Ele se recusou a beber porque queria provar a morte completamente.
Mateus não escreve nada sobre a crucificação em si. Deve ter sido terrível para o Senhor ser colocado sobre as vigas de madeira, pregado nelas pelas mãos e pelos pés e pendurado de tal forma, erguido com a cruz! Os soldados certamente não trabalharam com sentimento. Ver homens sofrerem (e especialmente essas pessoas em particular!) não os incomodava. Depois desse tratamento horrível, eles se sentam sob a cruz e jogam os “dados” pelas suas roupas! Qual deles terá vestido as roupas do Senhor Jesus depois? O que eles estão fazendo aqui para se divertir, entretanto, é um cumprimento das Escrituras. Mesmo na malícia do homem, Deus cumpre sua palavra até a última letra. Os soldados guardam o Senhor para evitar que seus discípulos o tirem da cruz, antes de morrer – novamente um ato tolo em face dos conselhos de Deus.
Uma placa pende sobre sua cabeça: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”. Este título pretende ser um escárnio e uma acusação, mas quão verdadeiro é! Ele está pendurado na cruz porque Ele é exatamente isso!
Além do Senhor, dois outros malfeitores são crucificados, Mateus mencionando especificamente que eles são crucificados à direita e à esquerda Dele e que o Senhor está pendurado no meio como se Ele fosse o mais criminoso de todos.
39 - 44 Escarnecido na cruz
39 E os que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça 40 e dizendo: Tu, que destróis o templo e, em três dias, o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és o Filho de Deus, desce da cruz. 41 E da mesma maneira também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam: 42 Salvou os outros e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça, agora, da cruz, e creremos nele; 43 confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus. 44 E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucificados.
Mesmo agora que Ele está pendurado na cruz, as blasfêmias contra Ele continuam. O povo, membros de seu povo, o tratam com desprezo e balançam a cabeça e confirmam a sentença de morte que será executada contra ele. Então, eles escarnecem Daquele que trabalhou entre eles apenas para distribuir bênçãos.
O conteúdo de sua blasfêmia é uma distorção do que Ele disse sobre o templo de seu corpo (Joã 2:19). Como o Senhor também é desonrado de muitas maneiras hoje, mudando-se suas palavras ou interpretando-as de maneira diferente do que ele queria dizer? Oro para que o Senhor me impeça de cometer o mesmo erro.
Os líderes do povo nem mesmo pensam em parar com a ridicularização. Em sua corrida pela vitória, eles fazem novos discursos caluniosos para Ele, enquanto Ele está pendurado na cruz na mais profunda humilhação e em grande dor. Em sua zombaria, eles falam uma grande verdade. No entanto, Ele salvou outros, mas não pôde salvar a si mesmo apenas porque seu amor pelos perdidos não permitiria que Ele o fizesse. Sua obediência ao Pai também exigia que ele permanecesse na cruz. Em sua grande hipocrisia, eles acrescentam que acreditariam Nele se Ele descesse da cruz. Como se eles não tivessem visto milagres suficientes para acreditar Nele.
Também era absolutamente certo que Ele ainda confiava em Deus e que Ele era o Filho de Deus. Eles até desafiam Deus a provar que Ele está do lado de seu Cristo. Mas mesmo Deus silencia e não responde matando todos os assassinos e adversários de seu Filho com um raio do céu. Mesmo que as aparências sugiram exatamente o contrário, é precisamente nessas horas que Deus tem o maior prazer em seu Filho, que ali está fazendo perfeitamente sua vontade.
Os assassinos crucificados à direita e à esquerda do Senhor, que também estão em terrível perigo de morte, também se voltam contra o Senhor.
45 - 50 Abandonado por Deus
45 E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona. 46 E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 47 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Este chama por Elias. 48 E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo- a numa cana, dava-lhe de beber. 49 Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo. 50 E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.
Todos os homens se tinham voltado contra o Senhor. A criação segue agora: tudo fica escuro. Toda visão é tirada do Senhor. Na solidão sem limites, Ele paira entre o céu e a terra. A terra não o quis e o levantou, e agora os céus também estão fechados sobre ele. A escuridão não é apenas um fenômeno completamente anormal, porque é no meio do dia! Esta escuridão também é um sinal particular do que aconteceu nestas horas. Nessas horas também há trevas na alma do Senhor Jesus. Ele será carregado com os pecados de todos os que creram Nele desde Adão e de todos os que crerão Nele até Ele estabelecer os novos céus e a nova terra. Ele também foi feito pecado, a fonte da qual todos os pecados vieram (2Cor 5:21). Desta forma, Deus julga em seu Filho amado, tudo o que entrou na criação de forma contrária à sua vontade. Ele não O poupou (Rom 8:32).
No final dessas horas, que são impenetráveis para nós, o clamor do Senhor Jesus ressoa: “Eli, Eli, lemá sabactâni?” Não podemos compreender a profundidade desse clamor. O Senhor Jesus estava sempre em perfeita comunhão com seu Deus. Nunca houve qualquer interferência entre Ele e Deus. Ele era o “companheiro” de Deus (Zac 13:7). O pai havia testemunhado várias vezes que estava satisfeito com seu Filho (Mat 3:17; 17:5). Durante toda a sua vida na terra, Ele foi totalmente a alegria de seu Deus. Ele foi a única pessoa que obedeceu completamente a todos os mandamentos de Deus. E, além disso, Ele fez muito mais, cumprindo também o que a lei não exigia. E em tudo o Filho realiza esta obediência a Deus por um amor perfeito por seu Pai. É seu alimento fazer a vontade do Pai (Joã 4:34).
E este Filho, que tanto O honrou em tudo, agora foi feito pecado por Deus. Como a coisa mais horrível da terra, Deus se afasta Dele. A espada de sua justiça desperta e O atinge (Zac 13:7). Podemos ler algo sobre o que o Senhor Jesus experimentou nessas três horas no Salmo 22:1-22a. Após as três horas de escuridão em que o Senhor Jesus foi feito pecado, e recebeu o juízo de Deus sobre o pecado, Ele expressa a magnitude e a profundidade de sua dor com as palavras: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Slm 22:1).
Essa é uma das poucas vezes em que o Espírito Santo reproduz uma frase do Senhor Jesus textualmente e depois adiciona a tradução para nós. O fato de a lamentação do Senhor ser reproduzida na mesma lingua que Ele mesmo usou aumenta a empatia pelo seu sofrimento. Na linguagem de sua relação confidencial, Ele expressa seus sentimentos mais profundos sobre a rejeição que está experimentando agora. Tudo o que os homens fizeram com ele, ele suportou sem reclamar e em silêncio. Mas agora o seu Deus, que sempre estava com ele, o abandonou – isso é insuportável! No fundo de sua alma, ele sente que Deus se voltou contra ele.
Ele se dirige a Deus como seu Deus. Deus sempre foi “meu Deus” para ele; aqui agora ele diz isso duas vezes, pelo que é intensificado para expressar o quanto este contato com seu Deus agora lhe falta. Então Ele pergunta a Deus por que Ele o abandonou. Sua perfeição também se expressa nisso. Porque também ao levar nossos pecados, Ele cumpriu a vontade de Deus. Ao mesmo tempo, por causa disso, Deus não poderia ter nenhum contato com Ele, pois o pecado sempre causa separação entre o homem e Deus. Nas horas de trevas, isso afetou o Senhor Jesus com todas as consequências. Nós sabemos porque Deus teve que deixá-lo: foi por causa dos nossos pecados que nos separaram de Deus. O Senhor Jesus aboliu essa separação suportando-a pessoalmente. Que misericórdia!
Os que estão por perto interpretam mal suas palavras deliberadamente. O que Ele clama a Deus em sua maior necessidade é zombeteiramente interpretado como um pedido de ajuda a Elias. E veja só! Alguém realmente sente pena dele. Impressionado com o que ouve e vê, este espectador quer dar de beber ao Senhor para aliviar seus sofrimentos. Ao mesmo tempo, ele cumpre a palavra do Salmo 69 (Slm 69:21). Deus garante que cada detalhe de sua palavra se torne verdade, e o próprio Senhor Jesus é o cumprimento.
Mas os homens maus não têm misericórdia. O homem que tentou dar algo para o Senhor beber é impedido por eles. Eles continuam sua zombaria. Eles agora querem ver se Elias vem para salvá-lo. Eles acabaram de experimentar a escuridão, mas suas impressões assustadoras desaparecem instantaneamente assim que a escuridão passa. É assim que muitos homens reagem em situações de medo. Isso não os aproxima de Deus, mas, ao contrário, eles vivem em sua impiedade assim que sua situação muda para melhor novamente.
Então o Senhor clama novamente, pela última vez, “em alta voz”. Essa voz alta mostra que sua força não foi reduzida. Depois, ele entrega seu espírito – em um ato consciente que ele mesmo quer. Para qualquer outra pessoa seria um pecado, mas para Ele é um ato perfeito. Até a morte, ele faz tudo o que está escrito sobre Ele nas escrituras. Sua morte também é um evento sobrenatural e é acompanhado por sinais sobrenaturais, que são descritos nos versos a seguir.
51 - 56 Consequências da morte do Senhor
51 E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras. 52 E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; 53 E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitos. 54 E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor e disseram: Verdadeiramente, este era o Filho de Deus. 55 E estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galiléia, para o servir, 56 entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
A primeira consequência da morte do Senhor é o rompimento do véu do templo. O caminho para o santuário agora está aberto (Heb 9:8)! Sua morte é a base para os homens virem a Deus. Deus, que sempre esteve atrás do véu, agora foi totalmente revelado por meio da morte do Senhor Jesus. Todo o sistema judaico, a união de Deus e do povo neste sistema, o sacerdócio – tudo desmoronou com o rompimento do véu. Todos estão agora na presença imediata de Deus, não há mais um véu separando-os. O Deus santo e os crentes, purificados de seus pecados, foram reunidos por meio da morte de Cristo. O que estava acontecendo lá no templo, como um símbolo do que estava acontecendo no céu, não foi percebido por ninguém. Somente a fé pode notar este resultado glorioso.
Mas a morte do Senhor Jesus também tem consequências para o mundo material. Toda a criação está em movimento e experimentará uma grande mudança por meio de sua morte (Heb 12:26-28). Os sinais descritos aqui são precursores disso.
E há um terceiro episódio, um terceiro sinal, que diz respeito aos santos que adormeceram. A obra da cruz é perfeitamente realizada e reconhecida por Deus. Sua própria ressurreição ainda ocorrerá, mas já podemos ver seus presságios na abertura dos túmulos e na ressurreição dos corpos de muitos santos. Esta é a primeira evidência de que a morte acabou. Até então, a morte tinha a última palavra para o homem. Mas, por meio da morte do Senhor Jesus, o poder da morte foi quebrado e a vida e a incorruptibilidade foram trazidas à luz (2Tim 1:10).
Os santos, que reviveram com a morte do Senhor Jesus, só emergem dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, porque Ele é as primícias dos que dormem (1Cor 15:20). Eles são os primeiros frutos de sua vitória e O seguem. Porque a palavra “aparecer” é usada para eles, eles podem ter tido um corpo ressurreto como o próprio Senhor Jesus. Eles aparecem para muitos, assim como o Senhor apareceu para muitos (1Cor 15:5-8). Se essa suposição estiver correta, eles não teriam morrido novamente depois (como Lázaro e outros a quem o Senhor ressuscitou), mas foram direto para o céu depois de aparecer a muitos.
Um centurião pagão e seus guardas sabem, pelo que viram em Cristo, que Ele é o Filho de Deus e professam sua fé Nele (1Joã 4:15).
Quando homens carecem de coragem e devoção, muitas vezes vemos isso nas mulheres, como é o caso aqui. Os discípulos sumiram, mas as mulheres, embora distantes, ficam perto da cruz para ver o que acontece com seu Senhor. Três dessas mulheres são mencionadas pelo nome; duas delas são chamadas de Maria, duas são chamadas de mães e de uma também é citado o marido. Todas essas declarações dizem respeito à vida terrena dessas mulheres, que não mudou com a morte do Senhor Jesus. Maria Madalena é a mulher que o ama especialmente porque ele a libertou de sete demônios. Maria de Betânia está faltando nesta lista. Ela não precisa estar presente. Assim como ela ficou em casa para esperar pelo Senhor quando seu irmão Lázaro morreu (Joã 11:20). Por ela conhecer o Senhor, ela ficou em casa agora. Ela já se despediu dele e sabe que ele será ressuscitado (Mat 26:6-7,12). Ela conhece o Senhor por meio de seu trato com Ele, por se sentar aos pés dele, ouvindo suas palavras (Luc 10:39).
57 - 61 O sepultamento do Senhor
57 E, vinda já a tarde, chegou um homem rico de Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus. 58 Este foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que o corpo lhe fosse dado. 59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol, 60 e o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rolando uma grande pedra para a porta do sepulcro, foi-se. 61 E estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro.
Agora aparece um homem que estava oculto até então. Mas agora ele tem a coragem de se unir ao Cristo morto. Assim, ele age para que se cumpra que o Senhor Jesus estaria com um homem rico em sua morte (Isa 53:9). Isso é tudo o que sabemos sobre José de Arimatéia. Deus permite que ele nasça para que sua palavra seja cumprida. Sem dúvida, este homem fez mais pelo Senhor, o que Deus não relata em sua Palavra, mas o que Ele escreveu em seu livro memorial.
Ele não se envergonha de expressar seu desejo em relação ao corpo do Senhor Jesus perante Pilatos. Este último aceita sua proposta, e então José toma o corpo de Jesus em seus braços, como Simeão fez quando o Senhor acabou de nascer (Luc 2:28). Lá o Senhor estava envolto em fraldas, agora José o envolve em um lençol limpo de linho. Em seguida, ele O coloca em sua nova sepultura. Em vez dele, José, ser colocado neste túmulo, ele coloca o Senhor nele – um lindo símbolo do lugar que o Senhor tomou por José para livrá-lo das consequências do pecado. É uma nova sepultura que nunca entrou em contato com a morte. Isso indica o novo estado de todas as coisas, que começou com a morte e sepultamento do Senhor.
Neste túmulo também estão presentes duas Marias que não o deixam só, mas querem estar onde ele está. Seu amor e devoção são comoventes. Certamente, Maria de Betânia também não está lá, mas não porque seu amor e devoção seriam menores; antes, eles são maiores porque ela tem o Senhor em seu coração e está sempre com ele. Mais ainda: ela sabe que Ele está sempre com ela, embora já tenha morrido, porque vive para ela – mesmo depois de sua morte, ela crê.
62 - 66 O guarda no túmulo
62 E, no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação, reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos, 63 dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias, ressuscitarei. 64 Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia; não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro. 65 E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai- o como entenderdes. 66 E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra.
Os líderes religiosos continuam a odiar o Senhor após sua morte. Em sua loucura, eles querem impedir que seu nome continue vivo. Eles querem erradicar todo pensamento sobre ele. Então eles vão a Pilatos e pedem um guarda para o túmulo do Senhor. Eles até definiram a duração dessa vigília: três dias, porque o Senhor havia falado de tal período em conexão com sua ressurreição. Embora nunca tenham acreditado em suas palavras e nunca reconhecido suas obras, eles agora temem que seu anúncio sobre sua ressurreição possa de alguma forma se tornar realidade. Nesse sentido, sua memória funciona ainda melhor do que a das mulheres e dos discípulos. A incredulidade não confia em nada, nem mesmo em si mesma, mas antes desconfia de tudo porque teme que o que nega com tanta veemência poderia ser verdade de alguma forma. Sua profunda descrença e seu ódio ainda são evidentes no fato de que eles persistente e resolutamente continuam a blasfemar do Senhor e a falar dele como “aquele enganador”.
A idéia que eles apresentaram na loucura de sua incredulidade se revelará numa evidência adicional da ressurreição do Senhor. Pois, se não houvesse guarda, eles poderiam ter espalhado o boato após a ressurreição do Senhor de que seus discípulos o haviam roubado. Mas agora que eles estão protegendo e guardando a sepultura, haverá testemunhas de que, em qualquer caso, não foram os discípulos que vieram, mas que um efeito sobrenatural, ou seja, a ação poderosa de Deus, tirou o Senhor de sua sepultura. Assim, seus planos perecerão e Deus os usará para cumprir Seus planos.
Pilatos também concorda com esta proposta. Ele é um personagem fraco que irá satisfazer a todos se puder evitar que os outros se tornem um fardo para ele. Portanto, como com José, ele também concorda com esta proposta.
A tolice de suas medidas de precaução logo se tornam aparente, pois seus efeitos se tornam uma evidência clara da ressurreição do Senhor Jesus. Qualquer coisa que façam só os torna testemunhas involuntárias e nos dá a garantia do fato histórico que tanto temiam. Eles estão basicamente testificando contra si mesmos e inadvertidamente confirmando o fato da ressurreição. As medidas de precaução, que Pilatos provavelmente não teria tomado, são realizadas de forma tão consistente que qualquer engano quanto ao fato da ressurreição do Senhor Jesus é excluído.