Neemias 6

Neemias 5 é uma espécie de interlúdio. Nele vemos como Neemias está preocupado com a agitação entre o povo. Durante este tempo, não ouvimos nada do inimigo. Quando há agitação entre o povo de Deus, o inimigo não tem que fazer nenhum esforço. Mas Neemias eliminou a agitação e agora continua com a obra. Então, o inimigo também se revela de novo. Neemias é agora, ele mesmo, o alvo de sua hostilidade. Eles sabem: Se ele for eliminado, está tudo acabado na obra.

A resistência aberta é derrotada (Neemias 4). A agitação interna também foi superada (Neemias 5). Agora o diabo tenta com astúcia. A resistência aumenta à medida que a parede se aproxima da conclusão. O inimigo concentra toda sua força e astúcia para impedir sua conclusão. Isto também é verdade para nós. Estamos vivendo no fim dos tempos. A batalha está quase concluída. Satanás também sabe disso. Por isso, ele faz tudo o que pode para nos derrubar e frustrar o plano de Deus.

Várias tentativas são feitas para parar a reconstrução do muro. O inimigo faz uso de vários truques para fazer isso. Mas todos os truques são percebidos porque os edificadores simplesmente se apegam à Palavra de Deus. A construção do muro está concluída (verso 15). Não há mais nenhuma lacuna, não há nenhuma maneira velada de entrar na cidade.

O primeiro estratagema é a organização de uma reunião, pode-se dizer uma reunião de paz. O diálogo entre eles deve levar a um compromisso. Mas Neemias não cai nesta armadilha. Não teria sido ao menos educado de Neemias ouvir o que eles tinham a dizer? Não! Ele não tem nada a ver com os inimigos. O que eles têm a dizer nunca pode ser uma contribuição para a obra. O inimigo não entende nada dos motivos que guiam um homem de fé e ele próprio é guiado por motivos completamente opostos.

Após ridicularizar a obra no começo, o inimigo muda de tática e tenta atrair Neemias para dentro do vale. Isto é o que podemos ouvir hoje quando os homens dizem: “Não seja tão fanático, junte-se a nós”. O inimigo finge que existe um interesse comum. Se Neemias concordasse com a sugestão, ele mostraria que concorda com o inimigo nisso.

Entretanto, quando Satanás não consegue nos seduzir quanto a uma questão moral, às vezes ele consegue fazer com que nos abramos a seus conselhos. Depois vemos as coisas através de seus olhos. Quando Ele consegue isso, veremos a obra de Deus como obra inútil, certamente não como uma obra especial. Há tantas outras coisas interessantes. Acima de tudo, não diga adeus aos amigos do mundo. Vá com eles ao cinema ou para beber. Não exagere no que diz respeito a Deus ou você vai enlouquecer e acabar em loucura religiosa. A armadilha é medir o padrão de nossa vida em relação ao mundo. Através da amizade com o mundo, caímos nesta armadilha.

A resposta de Neemias é clara. Ele manda dizer, que “não pode descer”. Aí reside o significado de que, para ir até eles, ele iria descer por um caminho. Isto não é uma figura de desvalorização de si mesmo aqui, mas de deixar o caminho que o Senhor quer que sigamos (cf. Jon 1:3; Luc 10:30).

O vale do Ono também é chamado de “vale dos artífices” (Nee 11:35). O lugar onde Deus habita e onde Ele quer ser adorado não pode ser trocado sem dano por obras artísticas do homem, de qualquer forma. Deus quer que O sirvamos em Seu nível e não no nível de um culto criado pelo homem.

Neemias não diz que Ele está ocupado reconstruindo o muro, mas que Ele está “fazendo uma grande obra”. Ele insinua que se trata de uma obra importante. Aquele que foi encarregado por Deus de fazer uma grande obra não deve se deixar arrastar para o nível do pensamento e das ações do mundo. Ser guiado pelo que os descrentes têm a dizer sobre o que fazemos para o Senhor significaria atraso e dano à obra de Deus.

O inimigo vê o culto a Deus como uma tremenda ameaça ao seu culto, formado por ele mesmo, que lhe traz prosperidade. A introdução da verdadeira adoração é uma ameaça a essa prosperidade. Espiritualmente, os fariseus vêem esta ameaça no Senhor Jesus. Eles vêem o poder deles sobre o povo se desintegrando (Joã 11:48; 12:19). Em termos materiais, os criadores de ídolos em Éfeso vêem esta ameaça na pregação do apóstolo Paulo (Atos 19:23-40).

Aqueles que estão imbuídos da importância da missão de Deus não deve deixar se deter (cf. Luc 10:3-4). Mesmo o Senhor Jesus não se deixou reter pelas exigências perversas de sua família (Mar 3:31-35).

Qualquer obra que tenha a ver com a defesa da verdade da Palavra de Deus e o testemunho para Ele é uma grande obra. Não devemos jamais nos deixar dissuadir de defendê-la. O inimigo tem inúmeros meios e faz inúmeras tentativas para nos manter afastados do trabalho que o Senhor nos deu para fazer. Devemos ter o cuidado de fazer este trabalho (cf. Col 4:17).

O inimigo mostra intrusividade. Ele também não desiste facilmente desta tática. A pressão para discutir é maior. Convencido de que ele está fazendo a coisa certa, ele insiste em convidar Neemias para uma conversa. Assim, deve ficar claro para Neemias que esta é a única chance de poder completar a obra. Eles sabem que repetir a mensagem pode causar um enfraquecimento da resistência de Neemias, que ele cederá sob a pressão e concordará com sua proposta de conversar.

Muitos sucumbiram como resultado da pressão incessante que lhes foi exercida. As crianças que choram constantemente podem usar isso para pressionar tanto seus pais que acabam cedendo. Nas comunidades religiosas, as mudanças são feitas depois que as mesmas questões são continuamente colocadas na agenda. São as táticas que governam a diplomacia no mundo, fazendo lobby para alcançar um determinado resultado ou alcançar uma determinada ordem ou trabalho.

A pressão é um método testado e comprovado de Satanás. Ele já foi bem sucedido antes. Assim, Sansão colapsou sob a pressão exercida sobre ele para saber o segredo de seu poder (Juí 16:15-21). Mas o que tem sido bem sucedido no mundo e com o crente infiel é tentado em vão com o homem de fé. Neemias é consistente em sua resposta. Ele se mantém fiel a seu ponto de vista. Sem perder a paciência, ele sempre responde da mesma maneira.

Seguindo diretamente o método anterior, o inimigo usa um novo instrumento: uma carta aberta. Este meio é uma tentativa de intimidação. O aconselhamento agora é necessário do ponto de vista do inimigo porque as acusações foram feitas contra Neemias. Eles atuam como protetores, como pessoas que querem ajudá-lo a refutar as acusações. Para isso, eles têm que ter uma conversa uns com os outros. Se isso não é motivo para se falar uma vez, então eles não sabem mais nada!

Se o mundo não conseguir persuadir o cristão fiel a se comprometer, espalhará um rumor maligno sobre ele e lhe atribuirá falsos motivos. A carta expressa a suspeita de que Neemias está apenas construindo o muro a fim de se rebelar contra as autoridades governantes e depois se tornar o próprio rei. Se isto se tornar conhecido, então, toda a confiança nele será perdida. E Neemias deve ter em mente que este rumor era comum: “espalhado entre as nações” e que há também testemunhas: “Gesém”. Agora ele deve se sentir obrigado a recorrer aos inimigos para obter orientação sobre como conter este mal.

Este estratagema do inimigo envolve a acusação falsa de que Neemias agiria com orgulho e estaria disposto a agir em seu próprio benefício. Ele iria querer se impor como rei. Isto é o que fizeram indivíduos como Abimeleque e Absalão (Juí 9:1-6; 2Sam 15:10). Esses filhos de pais piedosos usurparam a realeza e trouxeram a ruína sobre o povo.

A carta fala de uma tática específica que Neemias seguiria para se apresentar como rei ao povo. Ele contrataria profetas para este fim. Isto daria ao reinado que ele cobiçava a aparência de ser algo pretendido por Deus. A imaginação do inimigo vai longe. Ele sabe como jogar com as emoções das pessoas para fazê-las fazer o que ele quer. Estes inimigos parecem estar familiarizados em nomear (falsos) profetas para servir sua causa (verso 14).

Mas a carta aberta também não tem efeito. Sem iniciar uma discussão, Neemias rejeita as acusações aludidas na carta e se refugia em Deus. O comportamento dominador é estranho ao verdadeiro líder entre o povo de Deus. Se o verdadeiro servo do Senhor é acusado de ambição de poder, então só diz algo sobre os acusadores.

Na reação de Neemias vemos uma confirmação do que já sabemos sobre ele: que tal comportamento é estranho a ele. Ele não contesta a acusação, não se defende, mas a nega firmemente. Sua consciência está limpa. Sua resposta é tão simples quanto radical. Não há qualquer tipo de hesitação. O povo de Deus também precisa dessa clareza hoje. Você não deve ocupar-se com as idéias de um inimigo para encontrar algo com o qual você concorda. Clara e decisivamente, a distância entre os interesses opostos é mantida.

Neemias atua aqui de acordo com o exemplo do Senhor Jesus. Que falsos rumores também foram espalhados sobre Ele. Mas Ele entregou tudo para “aquele que julga com justiça” (1Ped 2:23b).

Neemias sabe que o inimigo está querendo colocar medo neles. O inimigo sabe bem que o medo dos homens paralisa a ação. Se houver medo, o trabalho vai parar e não será concluído. Mas Neemias vê através da intenção do inimigo e não cai nesta armadilha. Em vez de se defender, ele se refugia em Deus em oração. O inimigo quer enfraquecer as mãos para que eles relaxem no trabalho, mas Neemias pede ao Senhor que fortaleça suas mãos. Ele fala livremente e com confiança Àquele, que ele conhece como Aquele a quem ele pode vir. Ele ora diretamente de seu coração, sem desvios e sem rodeios, brevemente e com significado: “E agora, fortaleça minhas mãos”!

É a oração do servo dependente, que sabe, que ele mesmo não tem força. Ele sabe, que suas mãos só são fortes, quando são fortalecidas “pelas mãos do Valente de Jacó” (Gên 49:24). Não importa o quanto suas mãos já tenham realizado, não importa o quanto ainda tenham que realizar, nada será atribuído à sua própria força. Toda glória, para qualquer obra de fé, pertence a Deus.

Ardis de pessoas fora do povo são suspeitas desde o início, o inimigo deve ter pensado nisso depois de todas as tentativas fúteis. Então temos que tentar o próximo ardil uma vez com um dos membros do povo de Neemias, que finge ser um amigo. Ele deve fazer com que Neemias faça algo que seja contra a lei de Deus: entrar no templo.

Mas como eles deveriam conseguir que Neemias fizesse isso? Eles o atrairão para lá sob o pretexto de protegê-lo dos planos malignos do inimigo. Quem seria adequado para convencer Neemias desta história com uma chance razoável de sucesso? Eles encontram em Semaías alguém que se encaixa em seu perfil.

Semaías parece viver em Jerusalém. Seu pai e seu avô também são mencionados. Ele parece ter se fechado em sua casa, o que o impediu de ir até Neemias. Será que ele quer fortalecer a impressão, de que ele mesmo tem medo do inimigo, a fim de tornar sua história mais plausível? Em qualquer caso Neemias vem até ele, possivelmente Semaías o mandou chamar.

Em sua história, Semaías conecta seu próprio destino com o de Neemias. Tudo faz parecer que existe uma preocupação genuína com Neemias. Semaías é alguém do povo, de uma família conhecida. Ele próprio parece estar sofrendo com o inimigo. Ele também parece estar preocupado com o destino de Neemias e é alguém em quem Neemias obviamente confia. Tal pessoa faz uma proposta que parece honesta e aceitável. Este é um ardil que é muito difícil de ser percebido.

Sob um disfarce piedoso, o inimigo está tentando fazer com que Neemias faça algo que seja contra a Palavra de Deus. O lobo vem em pele de ovelha, Satanás vem como um anjo de luz. O homem que se aproxima de Neemias se faz passar por profeta. Ele prevê o que espera Neemias. Ele também lhe oferece uma saída para que ele possa escapar do perigo. Ele alude ao medo que Neemias poderia ter por sua vida.

Tudo o que Semaías diz e faz, se assemelha a amizade, mas é traição. Neemias percebe, que Semaías não está sendo usado pelo SENHOR, mas pelo inimigo, que ele até se deixou subornar para isto. A resposta de Neemias é novamente clara. Quando ele fala de “um homem como eu”, ele expressa uma consciência de sua posição responsável. Ele simplesmente não pode abandonar o trabalho que está fazendo. Ele sabe que é chamado por Deus para esta obra.

Ele apresenta duas razões para sua recusa em vir. Primeiro, ele não se deixa assustar. Ele nunca deixará seu posto por medo e fugirá (Slm 11:1). Se o fizesse, ele seria um exemplo particularmente ruim. Com a coragem da fé e da confiança em Deus, ele resiste ao inimigo. Em segundo lugar, ele sabe que o lugar que lhe é oferecido como local de refúgio é um território proibido para ele. Só é permitido ir ao templo para os sacerdotes (Núm 3:10; 18:7). Ir para lá significaria o fim de sua vida e, portanto, de seu trabalho.

É sempre importante enxergar os motivos de qualquer sugestão feita, para nos impedir, mesmo por um curto período de tempo, de trabalhar para o Senhor. Quando nos pedem para fugir, devemos verificar de quem vem esta sugestão. Se ela vier do inimigo, então nos daremos conta de que ela está ligada ao nosso medo por nossa própria vida. A decisão deve então ser que fiquemos. Mas também pode ser que o Senhor Jesus esteja nos dizendo isto. Notaremos isso no pensamento, que então surgir em nós, de que uma fuga irá promover a obra de Deus (Mat 10:23).

O inimigo também sempre se revelará através da segurança, que ele oferece. Esta segurança estará sempre associada a um lugar que é prejudicial aos interesses de Deus e joga a favor dos interesses do inimigo.

Neemias não acredita em Semaías “ingenuamente”. Ele “prova se os espíritos são de Deus” (1Joã 4:1). Deus lhe deu a missão de reconstruir o muro. Será que Deus agora o encarregaria de fugir? O único teste é, o que Deus diz. O teste pela Palavra de Deus deixa claro, que ele não está lidando com um profeta que fala em nome de Deus.

Ele é solicitado a fazer uma ação que seja contrária à palavra de Deus. Isto expõe Semaías como um falso profeta (Deu 13:4-5). Semaías foi contratado como um Balaão para prejudicar alguém do povo de Deus, seduzindo-o a fazer um ato pecaminoso. Semaías é um profeta corrupto e, portanto, falso. Dinheiro determina a mensagem que ele traz. Dinheiro o cega para o direito de Deus. A história do rei Uzias nos permite ver o que Deus pensa sobre a entrada não autorizada no templo (2Crô 26:16-20).

O medo nunca é um bom conselheiro. “O receio do homem armará laços, mas o que confia no SENHOR será posto em alto retiro” (Pro 29:25). O Senhor Jesus também não se deixa assustar e ser levado a agir erroneamente (Luc 13:31-32; cf. Joã 11:9-11). Nenhum homem pode fazer o trabalho de Deus se for guiado pelo que os outros dizem.

Evitar perseguições, recusar-se a carregar a cruz, muitas vezes vem do medo do que “outros dirão” quando queremos fazer um determinado trabalho. O medo ou covardia é mencionado como a primeira característica das pessoas que estarão eternamente no inferno (Apo 21:8). O medo impede que as pessoas tomem a decisão correta.

A oposição dos que professam agir em nome de Deus é muito pior do que a dos que professam ser oponentes a Deus. É uma tentação especial notar que aqueles que dizem falar em nome de Deus fazem causa comum com os opositores da verdade.

Novamente, Neemias não age, mas se refugia em Deus neste assunto (cf. 2Tim 4:14; Jud 1:9). Há muitas formas de maldade que não podem ser combatidas abertamente sem causar danos a si mesmo ou aos outros. Muitos obreiros maus na igreja de Deus devem ser deixados em paz. Combatê-los serviria mais à causa do inimigo do que à causa de Deus. Mas nossa fonte de ajuda é sempre clamar a Deus por causa deles.

Novamente temos aqui um vislumbre da vida de oração deste homem de Deus. Assim como depois de repelir o ataque do inimigo de fora verso 9, Neemias ora aqui depois de repelir o ataque do falso profeta. Ele nomeia os inimigos diante de Deus. Ele também chama a atenção de Deus para o mal que eles queriam fazer com ele.

A profetisa Noadias só é mencionada aqui. No Antigo Testamento, mais quatro mulheres são chamadas de “profetisas”: Miriam (Êxo 15:20), Débora (Juí 4:4), Hulda (2Rei 22:14) e a esposa de Isaías (Isa 8:3). Mas estas são verdadeiras profetisas. Eles falaram as palavras de Deus.

Apesar de toda a resistência, e isto em muitas formas, o muro é concluído. Esta é uma vitória sobre o inimigo, levada pela ajuda de Deus. O inimigo deixou Jerusalém e Judá de lado. Mas Deus não. E quando Ele começa algo, Ele o termina. Mas também vemos nos versos anteriores a vigilância de Neemias e sua dedicação ao trabalho.

O fato de que através de um povo tão fraco diante de um inimigo tão poderoso, o muro se completa é um testemunho para as nações. Portanto, eles temem e reconhecem no trabalho a ajuda de Deus através de quem o trabalho chegou a um bom fim. Se uma obra não tem sua origem no coração de Deus, não chegará a um bom fim. Então, todos os esforços são inúteis.

Não estamos aqui para realizar nossos programas de edificação da igreja. Trata-se do programa de Deus. Vemos o peso do coração de Deus no Senhor Jesus que vê a multidão como “ovelhas que não têm pastor” (Mat 9:36). Quando este fardo também recai sobre nosso coração, podemos começar uma obra, pois então ela procede do coração de Deus.

Deus não tem interesse em nossos esforços para criar um clima socialmente tolerável. Ele também não o fez por nossos esforços, para estabelecer uma nova ordem com a paz mundial. Seu programa segue o que foi iniciado no dia de Pentecostes. Lá começou uma nova ordem no poder do Espírito Santo, na qual Ele foi trabalhar e na qual todos que querem ser guiados por Seu Espírito podem ser empregados. A única esperança contra todo o mal é uma igreja em luta que se rendeu completamente à vontade de Deus.

Entre os colaboradores de Neemias estão aqueles que se correspondem com o inimigo na pessoa de Tobias. Desta forma, eles trocam idéias com o inimigo. Tobias está ligado ao povo de Deus de duas maneiras, em ambos os casos através de uma conexão matrimonial. Ele mesmo é casado com uma filha de Secanias; seu sogro é, portanto, um judeu. Seu filho é casado com a filha de Mesulão; sua nora é, portanto, uma judia. Encontramos Mesulão durante a reconstrução do muro (Nee 3:4,30). Através destas conexões ele tem muitos parentes entre o povo de Deus e através deles ele pode exercer sua influência sobre o povo.

Os casamentos mistos, ou seja, um casamento de um membro do povo de Deus com alguém que não pertence ao povo de Deus, são contra a vontade de Deus (2Cor 6:14-18). Onde eles são encontrados, o crente é quase sempre arrastado para o mundo.

Outro truque é que o próprio povo de Neemias fala bem do inimigo. Tobias pode ser um oponente da edificação do muro, mas de outra forma é muito simpático. Eles também lhe trazem as palavras de Neemias, colocando assim Neemias sob uma luz ruim diante do inimigo. Enquanto elogiam o inimigo a Neemias, eles falam com o inimigo sobre Neemias como um homem de palavras vazias. As cartas que Tobias envia a Neemias, no entanto, são poderosas. São cartas realmente ameaçadoras.

Através de conexões com o inimigo, o discernimento desaparece. O inimigo é então retratado como amigável e solidário. Tais opiniões têm o objetivo, de adaptar a opinião das pessoas, que só vêem o inimigo como inimigo. O inimigo também tem tantas coisas boas. Temos que levar isso em conta também.

Mas o inimigo não avança com todas as suas tentativas de impedir o trabalho. Isto é encorajador para todos os que trabalham para o Senhor. Quando se deposita confiança no Senhor na obra, todos os ataques do inimigo serão em vão. Neemias vence, porque conhece a Deus e O envolve em tudo.